Transporte de meios consumo coletivo
A vivência urbana é constituída por dimensões que ora se distinguem, ora se complementam. Duas delas – a individual e a coletiva – são responsáveis por diferenciar a forma como são consumidos os meios estruturantes do tecido urbano e da vida social. De acordo com as infra-estruturas, o foco analítico será baseado nos meios de consumo, na cidade, que são caracterizados como coletivos.. A metrópole aparece aos nossos olhos de forma caótica, de um lado, como um amontoado de casas, prédios, viadutos, praças: espaço construído; de outro, como movimento dos veículos, das pessoas, das mercadorias, marcando um ritmo febricitante. No que se pode chamar "o espetáculo da multidão", o indivíduo parece se perder e para ele a cidade, apreendida por meio da paisagem, enquanto instantâneo, se assemelha a uma grande vitrine. O ritmo da cidade determina o ritmo da vida, contaminando as relações pessoais. Aparece como o "corre-corre" da cidade grande contribuindo para a criação da imagem de uma coletividade enquanto uma multidão amorfa, e fazendo liquidação do indivíduo como membro da sociedade.
A metrópole se constitui eliminando os pontos de encontro, o lugar da festa; tragando os rituais e seus mistérios e, com isso, elimina as antigas referências destruindo a memória social e fragmentando o espaço e as relações do indivíduo, por meio da descaracterização decorrente da transformação de bairros inteiros pelos quais, percebemos a fragmentação no processo de constituição da metrópole.
A idéia de progresso gesta-se concomitante à do "novo homem", gerado no bojo do desenvolvimento de um "novo modo de produção" criado pela mediação da máquina enquanto meio de produção, fruto do desenvolvimento técnico que levou à mecanização do processo de trabalho, transformando o operário, desde a sua infância, em um componente da máquina e dirigindo sua vida além dos portões da fábrica.
O progresso que marca profundamente a ideologia da classe dominante impõe