Transplante Combinado Figado Rim
Cláudia Fagundes*, Pedro Tulio Rocha**, Eduardo de Souza Martins Fernandes***
* Nefrologista, Unidade de Transplante Renal Hospital Adventista Silvestre (RJ) /
Renalcor Serviços Médicos (RJ)
** Nefrologista, Unidade de Transplante Renal Hospital Adventista Silvestre (RJ) /
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) / Renalcor Serviços Médicos (RJ)
*** Cirurgião, Unidade de Transplante Hepático Hospital Adventista Silvestre (RJ)
Introdução
O transplante combinado fígado-rim (TcFR) é o procedimento de escolha para pacientes em fase terminal da doença hepática e renal sendo responsável por 5,6% de todos transplantes hepáticos realizados nos Estados Unidos em 20091, tendência crescente e mantida desde 2002, quando do início da utilização do escore MELD (Model of EndStage Liver Disease) para alocação de fígado à pacientes em lista de espera de transplante, devido ao grande peso dado ao valor da creatinina sérica (CrS) no cálculo do escore. Contudo, em determinadas situações, a decisão pela indicação do TcFR ou transplante hepático ortotópico isolado (THO) ainda é controversa, em particular na síndrome hepatorrenal (SHR), onde a caracterização quanto à gravidade e irreversibilidade da lesão renal não é tão clara.
Neste capítulo, revisaremos os pontos principais a serem considerados quanto à avaliação dos candidatos para transplante combinado fígado e rim, suas indicações assim como aspectos relacionados ao período pós-operatório e resultados.
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Avaliação de Candidatos à Transplante Combinado Fígado-Rim
A presença de insuficiência renal está associada a mau prognóstico em pacientes com cirrose hepática. Sabe-se que a sobrevivência de cirróticos com insuficiência renal é inferior a de pacientes com o mesmo grau de insuficiência hepática, porém com função renal normal 2. Este efeito negativo também é observado em pacientes que são submetidos à THO, onde a presença de insuficiência renal