Transição nutricional
1. INTRODUÇÃO
Após o Brasil passar por um grande contexto de turbulências econômicas, políticas e sociais, o país mudou substancialmente nos últimos cinquenta anos. Como resultado dessas mudanças podemos citar a urbanização, menor índice de natalidade e de mortalidade infantil gerando uma expectativa de vida maior. Estas alterações, caracterizaram-se por uma rápida transição demográfica. Frente ao novo quadro, houve alterações quanto ao mercado de trabalho, estilos de vida e sobre tudo nutricional (BATISTA FILHO, 2003). De acordo com a transição epidemiológica caracterizada houve o aumento das doenças crônicas não transmissíveis causadas pela transição nutricional, resultante, em parte, de modificações do estilo de vida, alteração do padrão dietético, inatividade física e determinada pela inter-relação dos fatores econômicos, demográficos e culturais ocorridos neste período (RINALDI, 2008). Entende-se por transição nutricional, o fenômeno no qual ocorre uma inversão nos padrões de distribuição dos problemas nutricionais de uma dada população no tempo, ou seja, uma mudança na magnitude e no risco atribuível de agravos associados ao padrão de determinação de doenças atribuídas ao atraso e à modernidade, sendo em geral uma passagem da desnutrição para obesidade (KAC, 2003). Diversos estudos tem demonstrado que o Brasil, assim como outros países em desenvolvimento, convive com a transição nutricional determinada frequentemente pela má-alimentação. Ao mesmo tempo em que assiste a redução contínua de casos de desnutrição, são observadas prevalências crescentes de excesso de peso, contribuindo com o aumento das doenças crônicas não transmissíveis. A essas são associadas as causas de mortes mais comuns atualmente (COUTINHO, 2008). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 1995), a hipertensão arterial e a obesidade correspondem aos dois principais fatores de risco responsáveis pela maioria das mortes e doenças