Transição do mito para a reflexão filosófica
Desde sempre e naturalmente o ser humano preocupou em conhecer a razão das coisas. As perguntas «absurdas», porem profundas, que as crianças colocam aos adultos, como: Porque é que o céu é azul? Porque é que o chefe é que manda? De onde vêm os bebés? , Entre muitas mais, são prova desta realidade.
Nos primórdios, os homens ficam satisfeitos com as explicações dadas através da utilização de mitos que explicavam os «mistérios» da natureza. Os mitos são histórias sagradas que durante séculos dominaram a vida das comunidades humanas. A existência de muitos relatos míticos sobre a origem do mundo e do Homem prova que não houve homem algum que não se preocupa-se com as origens e as explicações dos fenómenos naturais que surpreendiam o ser humano.
A criação de tais histórias era atribuída a seres sobrenaturais: os deuses. Teriam sido os deuses a narrarem essas histórias aos primeiros antepassados ou a indivíduos que tinham um estatuto especial no seio das suas comunidades (sacerdotes, feiticeiros, chefes, etc.). Em geral, os mitos narram o feitiço dos deuses, narram historias de origem de universo, de objetos e seres particulares e de acidentes e factos geográficos, como, por exemplo, a origem das pedras e dos animais, de uma linha ou vegetação, das instituições, como a família, a chefia, a educação, a técnica, o castigo ou a recompensa,…
Os mitos tinham dupla função: por um lado, a função explicativa e, por outro, a função normativa. No que diz respeito a primeira função, os mitos explicam o porquê das coisas, acontecimentos ou instituições, dizendo como é que eles foram criados e como é eles foram recriados pelos deuses. E quanto a segunda função, os mitos serviam de regras para a ação dos homens, de modelo que o individuo devia imitar. Neste sentido, os mitos respondiam igualmente a questão como: «Que devemos fazer», «Que fins devemos procurar alcançar?», «O que é uma vida boa?»
Ora, os primeiros pensadores gregos