Transformaçoes territoriais
História crítica da arquitetura moderna.
4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
A arquitetura neoclassicista surgiu de duas evoluções diferentes, porém conectadas, quemudaram a relação entre homem e a natureza. A primeira deu-se a partir do aumento da capacidadehumana em controlar a natureza, e a segunda a partir da mudança na natureza da consciênciahumana, em resposta às transformações que estavam ocorrendo na sociedade. As mudançastecnológicas levavam a uma nova infraestrutura e à maior exploração da capacidade produtiva e aconsciência humana produzia novas categorias de conhecimento.O excesso da linguagem arquitetônica nos interiores rococós e o pensamento iluminista daépoca fizeram com que os arquitetos do século XVIII buscassem por um novo estilo autêntico. Essa busca foi feita a partir de uma reavaliação precisa da Antiguidade. O que os motivavam era principalmente obedecer aos princípios que existiam nas obras, e não simplesmente copiar. O primeiro impulso foi questionar em qual das quatro culturas mediterrânicas – egípcia, etrusca, gregaou romana – deveriam procurar o estilo autêntico.O primeiro passo foi ir além das fronteiras de Roma, estudando sua periferia e as culturasem que a arquitetura romana se baseava. As escavações levaram a sítios mais distantes, chegandoassim a locais antigos na Sicília e na Grécia.Le Roy foi o primeiro a defender a origem grega para o estilo autêntico, o que despertou aira chauvinista do arquiteto Giovanni Battista Piranesi. Em suas obras, com ataque direto à Le Roy,ele afirmava que os etruscos eram anteriores aos gregos e que eles, junto aos romanos, elevaram aarquitetura ao seu mais alto nível de refinamento. No fim da década de 1750, os britânicos já buscavam