Transformacao enxuta e mapeamento do fluxo de valor
José Antonio de Queiroz (EESC-USP) jaq@prod.eesc.usp.br
Antonio Freitas Rentes (EESC-USP) rentes@sc.usp.br
Cesar Augusto Campos de Araujo (EESC-USP) cesar@hominiss.com.br
Resumo
Este trabalho apresenta, inicialmente, uma explanação geral dos princípios que regem a produção enxuta, aprofunda, na sequência, a discussão sobre o mapeamento do fluxo de valor, e, por fim, aplica o mapeamento do fluxo de valor em uma situação real. Os resultados dessa aplicação evidenciam uma significativa transformação enxuta, o que é comprovado pelas expressivas reduções das movimentações, do lead time e da quantidade de pessoas envolvidas. Palavras-chave: Produção, Enxuta, Mapeamento.
1. Produção enxuta
De acordo com Womack, Jones e Roos (1992), após a segunda guerra mundial a indústria japonesa desenvolveu um conjunto de novas práticas de manufatura que alavancaram sua competitividade global: trata-se das técnicas da produção enxuta.
Para Womack e Jones (1998), a palavra no alvo da produção enxuta é “desperdício”, definida como qualquer atividade que absorve recursos e não cria valor. O renomado executivo da
Toyota, Taiichi Ohno (1912-1990), classifica o desperdício em 7 categorias: 1. produtos que não atendem às necessidades dos clientes; 2. etapas de processamento que na verdade não são necessárias; 3. erros que exigem retificação; 4. pessoas esperando porque uma atividade anterior não foi realizada no prazo; 5. produção de itens que ninguém deseja; 6. acúmulo de mercadorias nos estoques; 7. movimentação de pessoas e produtos de um lugar para o outro sem propósito.
2. Princípios enxutos
Felizmente, existe um antídoto poderoso para o desperdício: o pensamento enxuto. A seguir são apresentados os princípios que dão conteúdo ao pensamento enxuto, definidos por
Womack e Jones (1998):
− valor: a produção enxuta busca eliminar as fontes de desperdício e criar valor;