Transcendência e imanência
Aprendendo a olhar
Em toda a história, encontramos relatos sobre um suposto intercâmbio que a humanidade mantém entre dois mundos: um visível e outro invisível. Sobrenatural, divino e sagrado são palavras que podemos utilizar para traduzir esse lugar invisível que se materializa por meio de práticas e símbolos ricos de criatividade e imaginação. A interatividade existente entre esses dois mundos é chamada de "religião".
A religião sempre teve destaque nos pensamentos de filósofos, teólogos e estudiosos desde tempos remotos até os dias atuais. Vários tipos de olhares se voltam a ela: olhares críticos, que visam elucidar e protestar efeitos que ela provoca no ser humano tais como: sentimento infantil, ilusório, enganador; enquanto, por outro lado, olhares benéficos que proclamam valores atribuídos a ela por proporcionarem bens diversos aos homens, entre eles: força, alegria, conforto, paz e sabedoria para enfrentar os infortúnios e os mistérios da vida.
Caro educando, diante dessa realidade, a proposta da aula é: “Descondicionar o olhar acostumado a ver somente o visível". Sob a condição de ultrapassar os limites sensíveis desses olhar e exercitar a capacidade de ver o invisível na materialidade do visível, olhando-o às vezes criticamente e às vezes beneficamente.
Leitura especulativa
O VISÍVEL E O INVISÍVEL NAS RELIGIÕES
Desde a antiguidade e em todas as culturas o conjunto de crenças que sustenta uma religião necessariamente se debruça em dois universos: o mundo visível e o mundo invisível. A tensão existente entre essas duas dimensões é que o invisível é desconhecido e transcende a materialidade do mundo visível.
Mas, paradoxalmente o invisível que fortalece as crenças e que é superior à vida humana é moldado por ela, ou melhor, pelos interesses humanos. Essa relação mútua, ativa e contínua de interesses é que assegura o permanente contato entre os dois mundos.
A crença religiosa se constrói em busca de graça que não é