Tran Ados Bora
Rogério Ferreira *
Você conhece o povo Bora? Se não o conhece, poderá realizar nesse tema de aula uma primeira aproximação com uma cultura vitimada por violentos processos de colonização ao longo do tempo.
Uma das consequências sofridas por este povo foi a desvalorização de suas raízes de sabedoria ancestral. Reverter esse quadro é ato de cidadania. E a educação escolar pode constituir-se como importante meio para esta transformação.
Os Bora habitam a Amazônia peruana e colombiana, na América do Sul. Seu modo de viver tradicional é estruturado principalmente na caça, na pesca e na prática agrícola, porém, são também exímios artesãos. Neste campo de ação, uma das atividades que realizam é a construção de cestos diversos, prática que traz junto a si, além de intensa beleza artística, o desenvolvimento de importantes competências. É nesta prática que se encontra a motivação principal para construção deste texto.
Antes de o foco voltar-se para os trançados Bora, faremos algumas considerações na expectativa de fomentar debate acerca da natureza do conhecimento matemático e de como se dá sua presença na educação escolar.
Cada pessoa traz consigo um histórico de experiências, escolares ou não, que a faz emitir determinado juízo sobre o campo de conhecimento denominado Matemática. Quando esta palavra surge em uma roda de conversa, muitas imagens e reações são imediatamente geradas na cabeça de cada um. Muitos a identificam, por exemplo, como “coisa de deuses”, outros como “coisa de gênios”, outros ainda como “coisa de loucos” ou “coisa de chatos”.
E você, como reage? Que imagens cria? São positivas ou ruins? O fato é que, independentemente da opinião que cada indivíduo possui, dificilmente alguém permanece em atitude passiva ao se deparar com o termo Matemática e suas derivações. Isto revela traços qualitativos de como este conjunto de saberes participa da vida das pessoas.
No entanto, é preciso ressaltar que os juízos que cada indivíduo emite em