Trajetória editorial da obra economia e sociedade
Max Weber morreu em junho de 1920 aos 56 anos de idade. No ano seguinte à sua morte (outubro de 1921) sua viúva Marianne Weber, já estava redigindo o prefácio à primeira edição de Economia e Sociedade. Um volume só, que ele Weber acabara de organizar, e que sairia no ano seguinte com o longo título Grundriss der Sozialokonomic III Abteilung Wirtschaft und gesllschaft (Elementos de economia social. Seção III. Economia e Sociedade).
Num texto de poucas linhas, ela dizia que aquela era a obra principal do autor (ainda que póstuma). Marianne Weber transferia esta obra ”principal” a um juízo interpretativo seu, inteiramente subjetivo, acerca da “principalidade” de Economia e Sociedade no conjunto da obra “do autor”.
Quem de nós, ou um estudante de ciências sociais, não terá lido ou escutado um professor ensinando justamente isto, que a obra principal de Weber é Economia e Sociedade?Isso explica porque a 1ª edição (naquele 1º prefácio) ser recebida como “(obra principal) automaticamente diz Antonio Flávio Pierucci”.
A frase aparentemente despretensiosa de Marianne de que “O céu é azul”, aos leitores sempre pareceu óbvio que fosse aquilo mesmo, ninguém duvidou, até o dia em que no ano de 1975 meio século após a publicação desse prefácio, apareceu na revista Kolner Zeitschrift fur soziologie und sozialpsychologie um artigo corajoso e fundamentado, faiscante e judicioso, precipitando nos arraiais Weberianos uma espécie de ebulição prenunciada.
O nome do artigo” Das werk Max webers “[A obra de Max Weber] assinado por um grande especialista escritor, acadêmico respeitoso intelectual, Friedrich Tenbruck (1975) discordava:
Será que economia e Sociedade é mesmo a obra principal de Weber?
O que é uma obra principal?
Dois anos depois,em 1977,Tenbruck volta com outro artigo [“Adeus a Economia e Sociedade”] abrindo uma discussão nas últimas décadas do século XX de uma “ideia recebida” acerca do valor de uma obra de um