Trajetória das Relações Públicas no Brasil: Análise crítica
Por: Renata Fávero Duarte
Baseado em Margarida Kunsch
Em seu livro Relações Públicas e Modernidade: Novos paradigmas em comunicação organizacional, publicado na década de 90, Margarida Kunsch, doutora e mestre em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP) traça expectativas para o campo da comunicação em meio à nova perspectiva do mundo globalizado.
Para isso, no primeiro capítulo do livro, Relações Públicas: uma análise crítica de sua trajetória, Kunsch discorre década a década, desde seu surgimento, os fatores marcantes que contribuíram para a consolidação das Relações Públicas no Brasil. Inicia a narração da trajetória com o primeiro marco da atividade com a companhia de eletricidade de São Paulo e a criação do primeiro Departamento de Relações Públicas, em meados de 1914.
Já na década de 50, uma breve contextualização histórica retoma a situação política da época, com a nova constituição de 46 e a abertura para investimentos de multinacionais culminando no desenvolvimento do mercado interno. Entre os marcos do período para o campo estão a primeira empresa de Relações Públicas, o primeiro curso na Faculdade Getúlio Vargas e a construção da Associação Brasileira de Relações Públicas.
A próxima década foi marcada principalmente pela aprovada legislação da área, em 1967, considerada pela maior parte dos profissionais precipitada, conforme endossa a autora ao afirmar que “a classe não estava preparada para consolidar a profissão” (pág 24). Foi nesse período também que ocorreu o IV Congresso Mundial de Relações Públicas no Rio de Janeiro e a criação do primeiro curso de Relações Públicas com duração de quatro anos na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo.
A abertura de novos cursos por todo o país ocorre, subsequentemente, na década de 70, com o incentivo do Estado como forma de estimular a legitimação da