Trajes Culturais De Portugal
Em Portugal antigamente se usava de uma forma genérica, o traje à lavradeira era a roupa que a mulher do campo usava nas suas lides diárias como em dias de festa e de romaria, diferenciando-se naturalmente a que empregava no trabalho da que guardava para ocasiões especiais. E distinguia-se ainda segundo a sua idade, estado civil ou estatuto social. A não ser que se estivesse perante um caso de perturbação do foro psíquico, ninguém esperaria ver uma respeitável matriarca com um traje garrido, dos jeitos que usavam as moças da Areosa
Mas, no Minho, a mulher não exercia exclusivamente um ofício qualquer que ele fosse. Era ela quem trabalhava no campo e cuidava da família e das lides da casa, que semeava o linho, espadelava, fiava e tecia. E, sempre que as obrigações domésticas o permitiam, era ainda ela quem bordava ou rendilhava. Ela era simultaneamente lavradeira e tecedeira, bordadeira e rendilheira, esposa e mãe. Por conseguinte, a designação de lavradeira apenas nos proporciona uma ideia pálida da grandeza da mulher minhota – e uma classificação algo incompleta do traje que usava!
Mas o traje antigo da mulher rural do Minho não era uniforme, variando ainda consoante a região de Portugal ou sub-região de acordo com as necessidades climatéricas, os rituais e as mentalidades, o caráter e a habilidade das talentosas artistas que o confeccionam. Alegres e vistosos na Ribeira Lima, desde Viana do Castelo até Ponte de Lima, com mais estopa na Serra d’Arga, mudam completamente de cor a partir de São Martinho da Gandra para quem segue o percurso do rio Lima até ao Soajo. E, que dizer do traje de lavradeira de Ponte da Barca, de Barcelos ou de capotilha na região de Braga? Todos estes e muitos outros, com as formas mais diversas, mais não são do que variantes do traje de lavradeira minhota ou, melhor dizendo, diferentes trajes que a mulher rural outrora usava no Minho. Em aguns lugares de Portugal você encontra ainda esse vestuário mas,