Tragédia Clássica
A tragédia clássica dividia-se em 5 actos:
O primeiro era constituído pelo prólogo (introdução dialogada) a que se seguia a entrada do coro cujas intervenções exprimiam a voz da moderação e da prudência
(párodos). Os três actos seguintes continham diferentes episódios separados por intervenções do coro. O quinto terminava com o êxodo.
Segundo as regras clássicas, a tragédia deveria respeitar a lei das três unidades:
a) de espaço: o mesmo lugar para os acontecimentos;
b) de tempo: a acção desenrola-se em 24 horas;
c) de acção: a atenção do espectador não se dispersa por problemas secundários.
Uma peça trágica deveria ser constituída pelos seguintes elementos:
Hybris - desequilíbrio de uma ordem superior;
Clímax - o crescer da tensão ao longo da peça (com o adensar dos indício ou presságios - manifestações ocultas do destino);
Pathos - situação desesperadamente trágica (ponto culminante do conflito);
Agnórise (ou anagnórise) - reconhecimento (passagem do ignorar ao reconhecer); Catástrofe - destino trágico que recai sobre as personagens responsáveis pelo desequilíbrio existente (Hybris).
FREI LUÍS DE SOUSA
TRAGÉDIA CLÁSSICA OU DRAMA ROMÂNTICO?
Na «Memória ao Conservatório Real de Lisboa», ao comentar Frei Luís de Sousa.,
Garrett reconhece que esta obra, «pela índole há-de ficar pertencendo sempre ao antigo género trágico». Especificando as razões que fazem aproximar a sua obra da tragédia antiga, refere que o elemento da catástrofe está presente no «duplo e tremendo suicídio» realizado por Manuel de Sousa Coutinho e Madalena, quando «duas mortalhas caíram sobre dois cadáveres vivos». Além de estas duas personagens morrerem para o mundo, a sua filha Maria morre em cena, adensando ainda mais o desenlace trágico.
Poderíamos acrescentar outros elementos que revelam afinidades da peça Frei Luís de Sousa com a tragédia clássica. É o que acontece com as falas agoirentas de Telmo
Pais, nos seus diálogos com