Tragetoria do negro
Na literatura brasileira, vários autores abordaram as questões raciais e a figura do negro no Brasil, em romances e outros tipos de manuscritos. Na sua grande maioria, estas obras literárias ressaltam o estado de submissão do negro em nossa sociedade, destacando o período escravagista.
A presença do negro na literatura brasileira não escapa ao tratamento marginalizador que, desde as instâncias fundadoras, marca a etnia no processo de construção de nossa sociedade. Sua presença marcante na literatura se deu a partir do século XIX, configurada numa visão estereotipada de como a sociedade colonial e sua estrutura concebiam o negro. Alicerçada na continuidade do processo em que de um lado estavam os opressores (brancos europeus), e do outro os oprimidos, (negros africanos), a literatura descrevia o negro como objeto, retirando sua humanidade, e que ainda prevalece na atualidade com algumas variações.
Partindo destas reflexões a cerca das condições raciais do negro no Brasil e a forma como este foi retratado na literatura brasileira, pretendo analisar neste ensaio a diferença entre as características atribuídas ao negro através de textos literários que retratam sua história e seus reflexos na modernidade.
Segundo Tássia Martins, graduanda em Letras, que escreveu um trabalho sobre “A representação do negro na poética de Elisa Lucinda e Sônia Fátima da Conceição”[1] no imaginário da sociedade ocidental a representação do negro se manifesta de acordo com o discurso de determinadas instituições e autoridades intelectuais legitimadas em períodos específicos”. Por conseguinte, a imagem que se construiu acerca do homem negro é resultante das necessidades de cada configuração histórica e para identificar a construção desse estereótipo, faz se necessário notificar as formações discursivas que circundaram a cada época.
A escravidão se legitimou no Brasil a partir da cultura da cana de