Trabalhos
No cinema mudo, a câmera na verdade se chamava cinematógrafo, equipamento inventado pelos irmãos Lumière. Era uma caixa de madeira muito reforçada e que precisava de um operador girando a manivela o tempo todo. Por conta disso, era melhor deixar a câmera no tripé, numa altura em que o operador pudesse fazer esse trabalho contínuo de maneira mais cômoda. Nada de posições muito estranhas ou muito diferentes. O máximo que podia acontecer era um pequeno movimento de câmera chamado panorâmica, em que a câmera fazia um leve giro sem sair do tripé.
Logo nos primeiros anos, o cinematógrafo deixou de ser uma novidade com apresentações em feiras, tendas e circos, atraindo curiosos de outras áreas, entre eles o mágico e profissional de teatro de variedades George Méliès. O ilusionista francês tinha interesse em pesquisar novas técnicas e brincar com o público da mesma maneira que numa apresentação de um número de mágica. Alguns truques eram bem simples, como ligar e desligar a câmera pedindo para os atores saírem do cenário nesse meio tempo.
O espectador ficava com a impressão de que as pessoas tinham desaparecido. Contudo, Méliès chegou a descobertas mais sofisticadas. Naquele tempo, se usavam rolos de filmes químicos, que eram expostos uma vez e mandados para revelação. Um dia, Méliès usou duas vezes o mesmo filme, com a câmera fixa, mas os atores em posições diferentes. Quando foi ver o resultado, foi aquela surpresa: o mesmo ator parecia duas vezes na filmagem, como se tivesse um irmão gêmeo.
Méliès fez vários filmes de curta duração, como Viagem à Lua (1902), pois eles