Trabalhos
Publicado em 1943, Fogo Morto é o ultimo livro do ciclo da cana-de-açúcar, composto pelas obras Menino de Engenho (1932), Doidinho (1933) e Bangüê (1934).
Nesses romances, José Lins do Rego mostra uma sociedade marcada pelo poder dos latifundiários, senhores de engenho. Os problemas sociais são apresentados, como o autoritarismo e a reação a ele, a rebeldia.
Escrito em terceira pessoa, Fogo Morto mostra a trajetória dos habitantes do Engenho de Santa Fé, do Coronel Lula.
Os engenhos passam por um processo de decadência, pois vêm sendo substituídos pelas usinas; com isso, também sofrem os que dependem do açúcar e não acompanham as mudanças. O romance é estruturado em três partes. Na primeira, o narrador concentra-se no tempo presente e mostra personagens conflitantes e uma sociedade organizada em estratos sociais.
O protagonista é o mestre José amaro, artesão que só trabalhava para quem o respeitasse, mesmo que não recebesse pagamento.
Veio para o engenho de Santa Fé com o pai, que fugiu após ter cometido um crime de morte. O pai também era artesão e gozava de grande prestigio, coisa que o filho não possuía. Assim como o pai, ocupava as terras sem pagar, o que resulta em sua expulsão pelo dono do engenho. Contudo, ele desobedece e continua morando ali com sua mulher e filha.
A mulher lhe tem nojo e a filha está enlouquecendo, ao passo que ele tem imenso orgulho de si mesmo por ser homem branco de respeito e livre. Sofre muito com a sensação de inferioridade, de prestigio perdido. Passa então a ajudar Antônio Silvino, famoso cangaceiro, e seu bando. É a maneira que encontra para vingar-se dos grandes.
Angustiado, desconta sua insatisfação batendo na filha e maltratando a mulher. A primeira é internada em Recife, devido à sua loucura. Já a mulher, tempos depois o deixa em meio à solidão e à profunda tristeza, resultando no suicídio do marido.
Na segunda parte, a narração volta-se para o passado do Engenho de