Trabalhos
CITAÇÕES EM TRABALHOS ACADÊMICOS Prof. Dr. Fabiano Rodrigo da Silva Santos Prof. Dr. Júlio Valentim Betioli
Vitral da Catedral de Chartres.
Na célebre catedral de Chartres, cuja construção remonta ao ano de 1194, há um vitral que apresenta a seguinte imagem: da esquerda para a direita, tendo Maria ao centro, surgem os profetas do antigo testamento, Jeremias, Isaías, Ezequiel e Daniel, cada qual deles com um dos evangelistas – Lucas, Matheus, João e Marcos –, respectivamente, sobre seus ombros. Ao colo de Maria, representado como menino, está Cristo (Figura 1). O vitral é uma representação do emblema medieval nani supero gigantum humeros (anões sobre os ombros de gigantes), que remete ao fato de que a importância representada pelas figuras religiosas do novo testamento (Lucas, Matheus, João, Marcos e o próprio Cristo) se sustenta sobre a influência dos que vieram antes – a saber, os profetas antigos e a virgem Maria. A despeito de seu sentido religioso, o emblema referido comporta uma lição para todas as épocas: tudo o que fazemos hoje é amparado pelas descobertas e criações das gerações que vieram antes de nós, somos, pois, anões sobre seus ombros. Se, por um lado, somos “menores” que eles, sobre seus ombros, enxergamos mais longe – em linhas gerais, essa é a função das citações. Embora seja uma etapa obrigatória de qualquer trabalho acadêmico sério, a citação poderia ser encarada não como um dever penoso, mas como uma estratégia argumentativa a favor de nossa investigação. Quando citamos, comprovamos que nossas ideias estão chanceladas por descobertas reconhecidas, ideais pertinentes e travam diálogo com uma espécie de tradição à qual se liga nossos estudos. Além disso, as citações comprovam que os dados por nós apresentados são passíveis de avaliação e verificação concreta.
Figura 1: Detalhe do vitral da Catedral de Chartres. Disponível: . Acesso em: Ago de 2012.
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Metodologia da