trabalhos
Dados biográficos: Carlos Marighella (Mariga para os íntimos) nasceu em Salvador em 1911 e morreu em 1969, 6 meses após escrever esse manual. Foi atuante comunista desde os anos 30 e nesta década mesmo foi preso pela primeira vez por fazer um poema criticando o interventor Juracy Magalhães e novamente detido e torturado poucos anos depois. A partir daí não mais abandonou a vida política e guerrilheira.
Resumo: Este manual observa os detalhes necessários para a formação do guerrilheiro urbano que visava derrubar a ditadura e o capitalismo e permitir a implantação do sistema socialista. Para tanto, a obra versa sobre a envergadura moral que o guerrilheiro deve ter para ingressar nesta empreitada, sobre os objetivos básicos da luta armada, que eram dois: matar o braço armado do Estado e desestruturar o capitalismo. As formas que usavam para atingir estas metas passavam por: execuções, sabotagens, assaltos, sequestros, deserções e terrorismo. O livro versa sobre todas essas medidas de maneira pormenorizada e concisa.
Crítica: Este manual poderia ser aplicado em qualquer parte do mundo para desestruturar um sistema e aplicar outro em seu lugar. Esta era a estratégia do grupo nazista antes da eclosão da segunda guerra mundial, isto é, desmantelar os grupos e organizações sociais para que os indivíduos sentindo-se abandonados à própria sorte ficassem suscetíveis a qualquer nova estrutura que se lhes afigurassem.
O objetivo do manual do guerrilheiro urbano é claro: matar policiais e expropriar, que é o mesmo que tomar à força, as propriedades do monstro capitalista. É importante explicar que isto era apenas uma das duas frentes nas quais o comunismo se propôs a atuar no Brasil, a outra, mais forte e menos combatida, dizia respeito a revolução cultural que crescia indiscriminadamente e até com aval da própria ditadura militar. Mas os guerrilheiros, ao contrário, foram não apenas combatidos com