Trabalhos
Tratando-se de filosofia patrística, não devemos, como outrora, pensar somente nas obras de filósofos que só foram filósofos. A filosofia da patrística está antes contida nos tratados dos pastores de alma, pregadores, exegetas, teólogos, apologetas que buscam antes de tudo a exposição da sua doutrina religiosa. Mas ao mesmo tempo, levados pela natureza das cousas e dada a ocasião, se põem – a resolver problemas propriamente pertencentes à filosofia; e então, pela força do assunto, versam a metodologia filosófica. Merecem aqui menção os seguintes nomes.
Homens e obras
1. Entre os gregos. Aristides de Atenas com o seu escrito em defesa dos cristãos. Justino, filósofo e mártir (f c. 165) com as suas duas Apologias e o Diálogo com o Judeu Trifon; Clemente de Alexandria (f c. 215) que escreveu uma Exortação aos pagãos (Protreptikos), uma Introdução ao Cristianismo (Paidagogos) e uma Obra enciclopédica da verdadeira filosofia (Stromateis); Orígenes († 253) de cujas obras é principalmente importante para a filosofia o De principiis e o escrito Contra. Celsum. Os três capadócios: Gregório Nazianzeno (f c. 390), de que temos sermões, cartas e poesias; Basílio o Grande (+ 379) que delineia, nas homilias sobre a obra dos seis dias, a formação cristã do mundo; o seu irmão Gregório Nisseno (+ 394) que na sua grande Catequese, no Diálogo com Macrina, nos ministra a sua doutrina sobre a alma e a ressurreição; e no livro sobre a criação do homem, a concernente a Deus, ao homem, à alma e à imortalidade. Além destes, Nemésio de Emesa, que c. de 400 escreve uma Antropologia cristã (Περì φúσωος ·αντροπον), atribuída falsamente a Gregório Nisseno. E finalmente os gnósticos cristãos do 2.° e 3.° séculos, como Basilides, Valentino, Mani, Cerinto, Marcião, que intentam uma filosofia da fé cristã, mas nos quais também encontramos uma espécie de filosofia da vida e da existência.
2. Entre os latinos, (Tertuliano (+ 213) combate a filosofia,