Trabalhos
Com a separação do louco e apropriação de sua condição pelo modelo médico, que visava obter sua cura, a família fica restrita ao papel de identificar a loucura, encaminhar o seu portador ao asilo para cuidados médicos, visitá lo e fornecer informações de seu histórico de enfermidade. Ou seja, a relação da família com o portador passa a ser midiatizada por agentes médicos e por agencias estatais, encarregados da cura, da custódia e da assistência. Há, portanto, a ruptura do louco com seu meio sociocultural e familiar, e nesta organização a família fica excluída de sua abordagem e fica então, restrita em aguardar pacientemente a devolução do louco recuperado e curado, promessa implícita nessa pegadogia.
Sob o impacto das mudanças causadas pelo capitalismo Keynesiano, a psiquiatria altera seu objeto de trabalho e sua prática, passando a implementar reformas que emergem em diferentes contextos sociais e históricos. os serviços de saúde mental de base comunitária ganham ênfase, a relação da família com o portador de transtorno mental é redimensionada no plano teórico e na prática, com novos procedimentos terapêuticos.
Apesar de não ter construído uma teoria da família, Sigmund Freud, desde a primeira década do século xx, destacou a importância das relações familiares sobre o psiquismo de seus clientes. na década de 1930, com o aprofundamento do ideário e a propagação de experiências inspiradas na higiene mental, a psicanálise ganha um novo impulso a partir de intervenções e estudo sobre o relacionamento de crianças e desempenho escolar. Ao penetrar no universo familiar, identifica na identificação da doença ou disfunções, a maneira como os pais conduzem a educação de seus filhos. os pais eram culpados pelas inadequações de conduta para a má educação ou para a doença.
Outros autores lançam seu olhar mais para a