Trabalhos
As diarreias são uma das principais causas de morbidade e mortalidade infantil no Brasil, principalmente em crianças com menos de 6 meses de idade e que não estão em aleitamento exclusivo (KALE et al., 2004).
Embora as evidências demonstrem o declínio da mortalidade nessa última década, em algumas áreas subdesenvolvidas a diarreia permanece uma das principais causas de morte em crianças menores de dois anos de idade. A morbidade associada à diarreia também é importante; crianças são acometidas por um a 10 episódios de diarreia anuais. Em países desenvolvidos, assim como no Brasil, sua importância está relacionada ao impacto da doença na população, traduzido pelos seus danos à saúde, afetando o desenvolvimento infantil, bem como à sociedade pelos custos gerados pela demanda aos serviços médicos, atendimento ambulatorial, pronto atendimento, hospitalizações (custos diretos) e as perdas de dias de trabalhos, de escola, gastos com medicamentos, transportes, etc. (custos indiretos). Adicionalmente, o conhecimento da interação de diarreia persistente e má nutrição como causa de mortalidade tem reforçado a necessidade de desenvolvimento de programas de intervenção além do tratamento baseado em terapia de reidratação oral (VASCONCELOS & BATISTA FILHO, 2008).
A morbidade por diarreia é um indicador utilizado na avaliação do nível de saúde de uma população que varia de acordo com as diferentes regiões, localidades e grupos populacionais (VANDERLEI & SILVA, 2004).
Apesar do declínio do número de hospitalizações por diarreias agudas em todo mundo com o advento da terapia de reidratação oral (TRO), implantada desde 1980 através do Programa de Controle da Doença Diarreica da Organização Mundial de Saúde, e do consequente decréscimo da mortalidade pela doença nos menores de 5 anos – de 3 para 1,8 milhões/ano na última década do ano passado, a diarreia ainda permanece como importante causa de hospitalização entre a população infantil (VANDERLEI & SILVA, 2004)