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A masturbação satisfaz a curiosidade de exploração do corpo. Castigar ou reprimir é ruim
Redação Crescer
A retirada das fraldas, a partir dos 2 anos, desperta o interesse da criança pelos órgãos sexuais. E, quando ela percebe que tocar as partes íntimas causa uma sensação gostosa, descobre a masturbação. É tão natural para ela quanto qualquer outra exploração de algo ao seu redor, mas nem sempre os pais reagem a isso com a mesma espontaneidade do filho. Surpresa, constrangimento e até ímpetos repressores podem surgir ao flagrarem o filho entretido com o próprio sexo. Pais, contenham-se! Alegrem-se por sua criança estar seguindo a cartilha do desenvolvimento infantil. A masturbação representa a descoberta da sexualidade. Ela está presente desde que seu filho nasceu e sentia prazer, por exemplo, em mamar no seio. Mas agora essa sensação vai além da boca, passa a incluir os genitais. "É um indicativo de boa evolução da saúde física e emocional", resume a psicanalista Maria Cecília Pereira de Aguiar, do Grupo de Trabalho e Pesquisa em Orientação Sexual (GTPOS), de São Paulo. Por isso, a pior coisa a fazer ao pegar seu filho se masturbando é castigá-lo ou reprimi-lo. "Além de continuar se masturbando às escondidas, o ato poderia gerar culpa, associando o sexo a algo negativo", afirma a psicoterapeuta Giselda de Lima. Ela explica que a masturbação infantil é diferente da adulta, pois não envolve fantasias e objetos de desejo. "O prazer está voltado para o próprio corpo. É puramente sensorial", diz.
Com privacidade
O que as crianças têm de saber desde cedo é que a manipulação do corpo é algo íntimo, que não deve ser feito em público. "À medida que aumenta o nível de compreensão da criança, os pais podem lhe explicar que existe lugar certo para tocar os órgãos genitais, assim como para fazer xixi, trocar de roupa ou tomar banho", exemplifica a psicoterapeuta Giselda. "Propor brincadeiras é ótima saída", confirma a psicóloga