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Porém, o turismo na favela não é para todo mundo. Críticos acusam que olhar muito compassivamente para os mais pobres não é turismo.
Segundo eles, isso seria uma forma de voyeurismo. Os passeios são exploradores, dizem esses críticos, e não têm lugar no itinerário de um viajante ético. Mas o turismo na favela, argumenta Fennell, é apenas um novo nicho para explorar.
O turismo de favelas, ou “pobrismo” como é chamado por alguns, está em alta. Já faz algum tempo que subir os morros onde ficam as favelas no Rio de Janeiro se tornou um aspirado atrativo turístico. Conhecer o Rio de Janeiro, dizem, não se resume em conhecer as belas praias e montanhas da cidade. Para entender o Rio é necessário conhecer também a realidade social, e isso é possível através de uma experiência educativa que ensina a cultura e o modo de vida autêntico da população mais carente. É desta maneira que funciona o discurso que utilizam as agências para vender passeios em favelas.
A discussão do tema é complexa e exige uma longa reflexão, onde diferentes pontos de vista devem ser analisados. O processo de entrada das agências de turismo nas favelas, sua relação com os moradores, com o tráfico de drogas, seu comprometimento social, etc., tudo está em jogo quando se vende a imagem para turistas. A estética da favela é a estética do local, da tradição, do samba, do colorido, de gente simpática e alegre dentro de uma organização social de improviso que se mistura a um entorno de violência devido ao tráfico de drogas
Os defensores do turismo em favelas alegam que ele gera renda dentro da comunidade e expõe à sociedade a realidade da pobreza. Já os mais críticos chamam a atenção para a exploração da pobreza e encaram esses passeios