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A História Manuscrita do Novo Testamento
Nataniel dos Santos Gomes (UNESA) Dedicado ao professor e amigo José Pereira, que me contagiou com a paixão pelos estudos filológicos. Introdução
Num período de quase 1500 anos o Novo Testamento foi copiado à mão em papiro e pergaminho. Temos notícia de uns 5500 manuscritos espalhados em museus e bibliotecas pelo mundo afora. Os documentos vão desde fragmentos de papiro até Bíblias inteiras em grego, produzidas a partir da invenção da imprensa.
É notório que nem todos os manuscritos concordam. Essas pequenas variações requerem uma avaliação cuidadosa para determinar o que ao autor realmente escreveu. Não existe mais nenhum manuscrito original, vamos depender tão somente de cópias dos textos-fontes de autores apostólicos. Por isso precisamos da crítica textual.
Acreditamos que a Bíblia é plena e verbalmente inspirada no seu original. A nossa intenção é procurar dar maior segurança possível ao leitor quanto à fidedignidade da fonte grega de todas versões que temos hoje. Os problemas
O apóstolo Paulo diz em sua carta aos gálatas: “Vede com que letras grande vos escrevi de meu próprio punho” (6.11). Agora, imaginemos como seria impressionante poder ver a epístola no original ou ver como apóstolo assinava seus textos. Mas, infelizmente, todos os originais já desaparecem e o confronto da cópia de um manuscrito com o original ou com outra cópia, para verificar a correspondência entre os respectivos textos e assim analisar a maior ou menor autoridade para escolha do texto exato é impossível.
É importante percebermos que uma das razões para o fim prematuro dos autógrafos do Novo Testamento foi a pouca durabilidade do papiro, que não durava muito mais que o papel atual. É bem possível que os cristãos primitivos tenham lido e relido os originais até que eles se desfizeram por completo. Mas antes que os textos