trabalhos de sociologia
Antes de qualquer coisa precisamos ponderar que quanto a tolerância é necessário admitir que “tolerar” é primeiramente reconhecer a liberdade de “existir” do “outro”, desse “outro” ser diferente na maneira de agir, pensar, crer, amar, se relacionar, enfim a liberdade incondicional de “ser”.
Num primeiro momento, o conceito de tolerância nos remete a uma relação vertical entre os indivíduos, e, portanto, antiética, uma vez que pressupõe uma situação de desigualdade, ou seja, alguém se coloca como modelo a ser seguido, pois se julga mais civilizado, educado, normal, de uma cultura superior dentre outros atributos, e toma uma atitude de “benevolência” em relação ao “outro”, julgado inferior, anormal, selvagem, incivilizado. Este foi o sentido de origem do termo tolerância durante a modernidade européia (idade moderna), olhar do ponto de vista do vencedor. Entender a construção histórica dos sentidos deste conceito para assim contrapormos a um outro do ponto de vista do vencido, do oprimido é algo que precisa ser refletido.
Durante o período da idade moderna, o sentido mais relevante do conceito de tolerância pode ser reconstruído articulando duas esferas que se interpenetram: A religiosa e a política. O valor ético de tolerância surgiu da tensão entre identidade e diversidade religiosa, a tolerância à diversidade de posições religiosas não chegou a ultrapassar, no entanto os limites da identidade do próprio cristianismo como a única religião verdadeira.
Na esfera política o termo tolerância no ideário burguês também revelou uma forte influência do princípio de identidade, muito embora tenham tido o discurso da diversidade nos chamados valores universais iluministas, como os direitos fundamentais do homem; na realidade não levaram em conta a diversidade étnica, racial e cultural de toda a humanidade.
A possibilidade da construção de uma cultura de tolerância implica na satisfação das necessidades