Trabalhos da facul
(1879-1962)
Hélène Gratiot-Alfandéry
Henri Wallon terá deixado na história das ideias deste século a imagem de um psicólogo, bem mais do que a de um educador.
Atualmente, numerosos estabelecimentos escolares da França levam o seu nome, como também do ilustre físico Paul Longevin.
Junto com Longevin foi autor de um projeto de reforma do ensino francês que, mesmo não implementado, foi o mais completo e o mais original deste século. Largamente conhecido tanto na França como em alguns outros países estrangeiros, este projeto inspira, de maneira mais ou menos indireta, muitos outros, assim como algumas reformas parciais.
Neste ensaio, nós tentaremos retomar o percurso intelectual sabendo que toda sua obra foi consagrada ao estudo da criança, das condições de seu desenvolvimento, das características de sua conduta e de sua evolução.
As etapas de uma carreira
Nascido em Paris, em 1879, numa família da grande burguesia do norte da França, Henri Wallon cresceu com seus 6 irmãos e irmãs,
“numa atmosfera republicana e democrática”. Entrou na Escola
Normal Superior em 1899 e recebeu a licenciatura em filosofia em
1902: uma carreira de ensino parecia se abrir diante dele. Após um ano de docência no Liceu de Bar-le-Duc, decidiu iniciar seus estudos em medicina, para se dirigir ulteriormente, a exemplo de seu contemporâneo
Georges Dumas, para a psicologia. É, portanto, à psiquiatria que irá dedicar-se durante alguns anos, mais especialmente a psiquiatria infantil nos diferentes serviços hospitalares, com um interesse marcado pelas anomalias motoras e mentais da criança, sobre as quais se dedica, de 1908 a 1914, com numerosas observações.
Requisitado na condição de médico durante a I Guerra Mundial, quando retorna à vida civil, a ele parecem obsoletas suas observações anteriores. Ele reescreve sua tese de doutorado, que defenderá em 1925 e que, consagrada aos “estados e problemas do desenvolvimento motor e mental da infância”