Trabalho
Publicado em junho 17, 2010 por HC
Reportagem de Mauricio Hermann, para o EcoDebate- O que mudou do Golpe Militar ao governo Lula – Atualmente, cuidar da maior floresta em biodiversidade do mundo e desenvolver programas sustentáveis para os noves estados que formam a Amazônia Legal está em evidência nos setores multidisciplinares da sociedade brasileira e mundial. E, para entender suas transformações sociais e necessidades de preservação é preciso considerar as complexidades individuais da estrutura e as alterações sociais que permearam os últimos 50 anos do Brasil, período no qual a ação do homem mais interferiu fortemente no bioma amazônico.
Após o golpe de 1964, os militares por considerarem o território amazônico ponto estratégico para defesa do país e com a descoberta de riquezas minerais, políticas de ocupação territorial cresceram na região. Não obstante, a falta de políticas sociais e o desrespeito à legislação ambiental refletiram em desmatamento da floresta, apropriação ilegal de terras, avanços interestadual de fronteiras agrícolas, condições de vida precárias aos novos moradores e aculturação das comunidades locais.
O geógrafo e professor da USP Ariovaldo de Oliveira – um dos principais especialistas da questão fundiária do Brasil defende que a ideologia geopolítica dos militares passou a idéia que a Amazônia é homogênea e esse paradigma está sendo quebrado. “A uma idéia que tudo na região é floresta. Mas, esse bioma possui grandes áreas como campos e serrado. Trata-se de um bioma extremamente complexo e tem gente morando lá”, explica o geógrafo.
A potencialidade agrária frente à ineficiência das políticas fundiárias brasileiras possibilitou e possibilita que a pecuária e a agricultura invadam e desmatem a região. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o primeiro causou maiores danos ambientais nos anos 70 e o segundo, a partir dos anos 90, principalmente com os