TRABALHO
Palavras-chave: vida, crise, paradigmas, senso comum e senso crítico, cotidiano. Introdução
Imediatamente ao pensar sobre o que escrever sobre a vida, já me ocorre que vida e crise[1] são quase que sinônimos, mas isto poderia ser a conclusão desta reflexão. Bem, mesmo assim ela motiva a narrativa de uma reflexão que vem sendo feita já há algum tempo. Derramá-la em palavras no papel pode ajudar-me na permanência reflexiva. Tem sido consenso, desde o senso comum ao senso crítico, e deste àquele, a consciência de que vivemos uma crise desencadeada por acontecimentos bombásticos ocorridos no século passado. Esta consciência toma vulto no pós II Guerra Mundial[2]. Havia a necessidade de reconstrução das sociedades mais atingidas. Mas elas jamais seriam as mesmas. A crise provocada por aquela guerra conseguiu reerguer nações materialmente, mas o espírito fundado pelo homem da razão, emergido do Renascimento e da Revolução Francesa, o mesmo que organizara a sociedade burguesa, falira. Este já não sustenta a legalidade de suas certezas científicas, éticas e estéticas (Habermas, 1988).
Heller (1998), em A condição política pós-moderna, faz uma análise muito clara sobre a origem da ruptura com a modernidade. A ruptura acontece quando o homem se defronta com o horror de sua natureza bárbara, aflorada naquela guerra (genocídio), complementada com os resultados da ciência e tecnologia (bomba atômica) sem autocrítica. (Apesar dos acordos internacionais desde aquela época tal barbárie social e de ciência e tecnologia continua.) O que havia sido feito do projeto de modernidade que previa uma vida boa e justa para todos? Nosso sonho virava pesadelo?
No entanto, gostaria de