Trabalho
A riqueza da obra encontra-se na visão apresentada, pois em momento algum menospreza a ciência, muito pelo contrário a enaltece, no que se deve ser reconhecido. Logo na introdução se encontra a seguinte afirmação; a ciência é uma ferramenta, uma maravilhosa ferramenta, para se conhecer um pedaço da realidade. Com essa frase-chave já se pode perceber a intenção do escritor. Mostrando que a realidade é bem mais do que a ciência pode nos dizer e que outras áreas do saber ditas não científicas como por exemplo; filosofia, arte, senso comum e religião podem também nos mostrar outras partes da “realidade”.
A metáfora da rede e dos peixes se dá de uma forma lógica e totalmente viável ao fazer científico, a princípio às inquisições partiam da igreja, hoje da ciência. Embora venhamos pensar as coisas como naturais e preexistentes a muitos e muitos anos, a verdade é que se buscarmos em um saber arqueológico encontramos que todo saber serve ao poder, e que todos os nossos conhecimentos são criações humanas e tão frágeis quantos nós mesmo. O dogmatismo apenas nos torna fechado a novas experiências, e assim, a novas formas de conhecer.
A metáfora pode ser simplificada da seguinte forma, existia uma aldeia as margens de um rio imenso cujo outro lado não se via, os moradores da aldeia admiravam tal rio, o louvavam em poesias até. Sabiam que lá existiam seres ainda não conhecidos e havia grande curiosidade e temor diante de tudo isso. Baseando-se em mitos os aldeões passaram a criar mitos de monstros, sereias e tantos outros e assim foi por bastante tempo, até que um aldeão pensou a rede de pescar, o que foi motivo de zombaria. Mas, logo após o sucesso da criação, quando se pode capturar o primeiro ser das aguas todos se maravilharam, outros ficaram irados, porém assim nasceram os pescadores daquela aldeia. E com eles um grupo seleto com linguagem própria e que se dogmatizaram, onde o real era apenas aquilo que suas redes podiam pescar.
Isso pode parecer bizarro na