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Segundo o estudo do IPEA, a predominância de crianças e adolescentes entre as vítimas de estupro é “absolutamente alarmante, uma vez que as consequências, em termos psicológicos, para esses garotos e garotas são devastadoras”. A publicação explica que “o processo de formação da autoestima - que se dá exatamente nessa fase - estará comprometido, ocasionando inúmeras vicissitudes nos relacionamentos sociais desses indivíduos”.
Karina ressalta que as consequências da violência sexual são inúmeras. “Quando a questão não é tratada, há impactos na autoestima, nas relações interpessoais, no desenvolvimento da sexualidade e no aprendizado.” A secretária executiva relata que o atendimento às crianças vítimas de violência ainda não é satisfatório. “É necessário uma estrutura de serviços especializados, porque hoje o atendimento está diluído dentro da saúde e da assistência social e esses serviços não têm dado conta das especificidades, já que lidam com diferentes temas também.”
Outras formas de violência contra criança como castigos físicos, ameaças e xingamentos no ambiente doméstico têm entre as consequências a reprodução do ciclo da violência. Marcia Oliveira ressalta que a maioria dos adultos foram criados com o uso de práticas violentas (tapas, surras, beliscões, gritos, xingamentos etc.); e é a forma que eles conhecem e reproduzem. “Combater a banalização e aceitação desse tipo de violência tem sido nosso maior desafio. Estamos discutindo uma mudança cultural de longo prazo que contribua para que as pessoas passem a perceber o uso dos castigos físicos e tratamento humilhante como ‘não natural’ e busquem alternativas educativas não violentas”, pontua a coordenadora da Campanha Nacional “Não Bata,