Trabalho

• Vigência e responsáveis do Plano Bresser.

Anunciado no dia 12 de junho de 1987, o Plano Bresser foi conduzido e encabeçado pelo Ministro da Fazenda da época, que inclusive dá nome ao plano, Luís Carlos Bresser-Pereira, até então professor da FGV-SP, sendo que o Presidente da República do período era José Sarney. Além deles, os dois principais economistas envolvidos no Plano eram Yoshiaki Nakano e Francisco Lopes. O Plano dura até janeiro de 1988, quando Bresser-Pereira pede demissão e é substituído por Maílson da Nóbrega, funcionário do Banco do Brasil, que implementa a chamada Política do Feijão com Arroz.

• Ideologias, interpretações da inflação e as medidas e características do Plano Bresser.

O diagnóstico da inflação que fundamentou o Plano Bresser era, assim como as medidas propostas pelo plano, um híbrido. Isto porque se diagnosticava uma causa dupla naquele processo descontrolado de evolução do nível de preços: a inércia e a demanda. Desta forma, o caráter ideológico do plano também foi misto: havia tanto elementos de heterodoxia, provavelmente mais fortes, como de ortodoxia. Citando o próprio Bresser, em texto de 1993 publicado na Revista de Conjuntura Econômica:
“A Carta do IBRE de outubro de 1992 apresenta quadro elaborado por Paulo Rabello de Castro, para comparar os planos de estabilização recentes em termos de ortodoxia ou heterodoxia. Examinando, entretanto, os sinais relativos ao plano que leva o meu nome, verifiquei um claro conflito dos sinais atribuídos com a realidade do plano. O Plano Bresser aparece ali com fortes sinais heterodoxos. Ora, a meu ver o programa de estabilização, embora possa ser classificado de “heterodoxo”, teve um componente “ortodoxo” muito maior do que o que está ali assinalado”. Pelo lado do ortodoxo do plano, as políticas fiscal e monetária seriam ativamente usadas contra a inflação. Desta forma, com a política monetária, os juros funcionariam como um instrumento de controle repressivo do consumo e da