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Naufrágio do "Imperial Marinheiro"
Na madrugada de 7 de setembro de 1887, uma noite de tempestade com mar revolto, o Cruzador Imperial Marinheiro, que se dirigia em comissão de sondagem a Abrolhos, chocou-se contra o pontal sul da barra do rio Doce, a cerca de 120 metros da praia do povoado de Regência, distrito da cidade de Linhares, no Espírito Santo.
Um escaler com doze tripulantes foi baixado para buscar socorro em terra; destes, apenas oito chegaram à praia.
A população de Regência mobilizou-se para tentar auxiliar a tripulação do cruzador que naufragava, mas pouco se podia fazer por causa do mar violento. Ao amanhecer do dia, Bernardo se dispôs a nadar até o navio levando um cabo de espia, por onde os 0tripulantes poderiam vir um a um, pendurados, até à praia. Bernardo lançou-se quatro vezes ao mar, sendo arremessado de volta a terra pelas ondas. Na quinta tentativa, obteve sucesso e o cabo foi amarrado ao navio.
Bernardo, ao lado de três marinheiros do navio de guerra, participou de todo o processo do resgate, acompanhando os náufragos até a praia num pequeno bote amarrado ao cabo. Graças aos esforços de todos, após cinco horas de luta, dos 142 tripulantes do "Imperial Marinheiro" salvaram-se 128. Não há registro se os corpos das 14 vítimas fatais foram ou não encontrados por Caboclo Bernardo na cultura popular.
O Caboclo Bernardo na cultura popular
A figura do Caboclo Bernardo tornou-se maior que a história e acabou por se integrar às lendas e à cultura da Barra do Rio Doce. Desde 1930 que em Regência é apresentado um "Auto do Caboclo Bernardo", onde a vida, o ato heróico e a morte estúpida de Bernardo são encenados.
Na primeira semana de junho, todos os anos, acontece no distrito de Regência a "Festa de Caboclo Bernardo". Em homenagem ao herói deslocam-se bandas de Congo de todo o estado do Espírito Santo até a pousada de Dona Mariquinha, onde a capelinha de Caboclo Bernardo foi construída.
Chama a atenção o fato de que,