trABALHO
No ranking mundial dos 22 países que concentram 80% dos casos de tuberculose (TB), o Brasil ocupa a 19ª posição. Em 2010 foram notificados no país 70.601 casos novos da doença, com taxas de incidência de 37,9 e mortalidade de 2,5 casos por 100 mil habitantes diz Barreira, 2011. Destaca-se que o padrão de distribuição espacial da TB se apresenta de maneira heterogênea nas diferentes regiões geopolíticas, disseminando-se predominantemente entre os grupos que vivem em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Os povos indígenas, caracterizam-se como um grupo em que as chances de se infectar e adoecer por TB é aproximadamente 10 vezes superior, quando comparados à população brasileira segundo Marques, 2010. Embora não seja conhecida precisamente a situação epidemiológica entre estes povos, estudos mostram taxas de incidência superior a 140 casos para 100.000 habitantes, alcançando em algumas localidades incidência média de 284 casos para 100.000 habitantes (FILHO, 2008; MELO TEMP, 2012). Antes da distritalização, a Igreja católica mantinha atendimento ambulatorial e hospitalar na área rural e as organizações não governamentais (ONG): Saúde Sem Limites (SSL), Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Sanitário (IBDS) e Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN) ofereciam atendimento a algumas etnias. A Universidade Federal do Amazonas (UFAM) desenvolvia capacitação de recursos humanos e a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), ações emergenciais segundo, Levino e Oliveira, 2007. A tuberculose, doença infecto-contagiosa, acomete o homem há milênios, como demonstram os esqueletos fósseis de seres humanos com lesões ósseas compatíveis com essa enfermidade encontrados em várias regiões e datados até de 5 mil a.C. Hoje, considera-se que são responsáveis pelo aumento da endemia tuberculosa no mundo a infecção pelo HIV, o uso de drogas injetáveis, o aumento da pobreza, o aumento do número de desabrigados, a migração, a má nutrição, a urbanização e a