Trabalho
A Revolução Francesa de 1830 inspirou o célebre quadro de Delacroix “A Liberdade Guiando o Povo”. Foi o último dos quadros do pintor a verdadeiramente incorporar os ideais românticos.
A insurreição popular de 27, 28 e 29 de julho de 1830, também conhecida como “Os Três Gloriosos”, provocada pelos republicanos liberais contra a violação da Constituição pelo governo da Segunda Restauração, derruba Carlos X, último rei Bourbon de França e coloca em seu lugar Luis Felipe, duque de Orléans.
Testemunha dos acontecimentos, Delacroix encontra ali um tema moderno que traduz em tintas com o mesmo fervor romântico que usou para descrever a guerra da independência grega.
Delacroix era amigo pessoal dos protagonistas do conflito, mas também era dependente das encomendas institucionais e dos membros da família real. Quadros como os seus eram quadros destinados a museus ou palácios. Essa ambigüidade poderia ter feito como que ele se limitasse a tomar conhecimento do que se passou.
Em 18 de outubro de 1830, Delacroix em carta a seu irmão, disse: “Se não pude lutar pela Pátria, ao menos pinto por ela...”. Mas se não combateu, ao menos lutou para proteger as coleções do Louvre dos ataques dos insurgentes.
Cinco são os personagens mais fortes nessa tela: o primeiro está no chão, e olha os mortos; o segundo, espada na mão, parece aguardar instruções da mulher; o terceiro, com um chapéu alto, barba, segurando um fuzil entre as mãos, também olha os mortos. Há quem diga que é o próprio pintor. O quinto é um rapazinho que tem o braço direito erguido e mostra uma pistola em cada mão. E a principal, ponto para onde convergem todos os olhares, é a Liberdade representada por uma mulher com o peito à mostra, descalça, um fuzil na mão esquerda e na direita o pavilhão tricolor.
Finalmente, num terceiro plano, as duas torres de Notre Dame. Como nas palavras de Victor Hugo, as torres de Notre Dame são símbolos da Liberdade e do Romantismo.
A luz do sol