Trabalho
A IGREJA NO ILUMINISMO, A ILUSTRAÇÃO E A TEOLOGIA NO SÉCULO XVIII Derval Dasilio As experiências feitas na guerra de emancipação contra a Espanha fizeram da Holanda chão propício para a gestação do primeiro sistema filosófico moderno. Foi na Holanda que aportaram os intelectuais refugiados de toda a Europa, fazendo dela a primeira pátria da Ilustração. Ali, o francês René Descartes (1596-1650), discípulo de jesuítas, colocou a dúvida radical como princípio do conhecimento e autoconhecimento: Cogito, ergo sum (Penso, logo sou, existo como pessoa e como ser humano; sou capaz de refletir sobre minha origem, meu presente e meu futuro; não necessito que a Teologia, doutrinas cristãs, a Igreja, expliquem o que sou de alguma maneira: eu penso sobre mim…). A Filosofia deixava de ser “serva da Teologia” para se tornar uma ciência autônoma, fundamentada em observações empíricas e em princípios racionais. A Teologia, tida como “rainha do conhecimento, das ciências”, é destronada fragorosamente pela nova forma de pensar o Homem, o Mundo, o Universo. Personagens com Nicolau Copérnico (1473 – 1543), Giordano Bruno (1548-1600), Galileu Galilei (1564-1642), João Kepler (1571-1630), já conquistam a Teologia, a Filosofia, a Matemática e a Astronomia. O Renascimento alterara a visão de tudo, pelas artes, pelo retorno aos clássicos da antiguidade greco-romana. O Humanismo Filosófico redescobre o valor do humano, da cultura do homem. O Humanismo pode, com razão, definir-se pela palavra: o homem potenciado e celebrado, exaltado até à divindade, livre de si mesmo, dominador da natureza, senhor do mundo. É, logo, uma “paganização” ainda mais radical que a antiga helenização, porquanto espiritual e interior. É dar uma documentação formal desse caráter pagão e helênico, interessado no mundo visível e sua cultura. O Humanismo e da Renascença não é coisa fácil de definir-se, pois trata-se de um período inicial de renovação do homem e do mundo, em que se