Trabalho
Alair Gomes nasceu numa família de classe média em Valença (RJ), mudando-se ainda criança para a capital do estado. Formou-se em engenharia civil e eletrônica em 1944, mas em 1948 abandonou essa carreira para se dedicar à pesquisa autônoma de filosofia da ciência, estética e história da arte. Ensinou filosofia da ciência na Universidade de Yale (Estados Unidos) e foi autodidata também em física, matemática, biologia e neuropsicologia. A partir de 1962, foi Professor Assistente 20 horas do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Realizou longas viagens para a Europa, Oriente e Estados Unidos, onde foi bolsista da Guggenheim Foundation por um ano. No campo da crítica literária, fundou a revista Magog, em 1946, junto com o poeta Marcos Konder Reis e outros. Irmão de Aïla de Oliveira Gomes, que foi durante muitos anos Professora Titular de Inglês da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro, tradutora e ensaista literária.
Desde a juventude, desejou se tornar um escritor, espelhando-se em nomes como Arthur Rimbaud e D. H. Lawrence, cujas obras admirava pela ousadia no tratamento da intimidade. A partir disso, criou os Journals, diários íntimos escritos à mão e em inglês, nos quais relata as suas experiências erótico-amorosas, o que viria, mais tarde, e ser uma das principais matrizes do seu trabalho fotográfico.
Seus primeiros contatos com uma câmera fotográfica ocorreram em 1965, durante uma viagem à Europa, quando um amigo lhe emprestou uma Leica. Entretanto, com intenções mais amplas, a primeira incursão na fotografia ocorreu com a compra, no ano seguinte, de sua primeira câmera. Foi em 1966 que o artista começou a aventurar-se na fotografia de rapazes na rua, produzindo longas sequências que o tornariam um dos precursores do homoerotismo fotográfico no Brasil.