Trabalho
Por sua vez, o modelo contratualista inglês, com Hobbes e Locke, preza o individualismo a partir da noção dos direitos naturais, sendo papel do Estado garanti-los. Hobbes acredita que o estado de natureza é um estado de guerra, com desejo de destruição e domínio. Locke, que é um estado de liberdade em que se faz necessário um mecanismo que assegure um julgamento acima da parcialidade individual. O Estado, para eles, nasce de um tratado, um consenso. Para Hobbes, com um soberano absoluto para quem são transferidos os poderes dos cidadãos, que garanta a vida das pessoas; para Locke, com um governante escolhido pelo povo, com leis que expressem a vontade de uma assembléia e garantam a vida, a liberdade e a propriedade privada.
Rousseau, assim como os contratualistas, diverge de Aristóteles quanto à soberania do povo em relação ao Estado. O poder emana do povo e seu governante deve representá-lo. Entretanto, difere dos contratualistas quando afirma que o estado de natureza do homem não é nem bom nem mau, sendo este corrompido pela sociedade. O contrato social visa a formar um poder político comum a todos os membros da sociedade, que passam assim a formar a vontade geral. O pacto estabelece uma igualdade moral e legítima em contrapartida à desigualdade física - a liberdade natural, limitada pela força individual, é substituída pela liberdade civil, limitada pela liberdade geral. Também diverge quanto ao direito natural à propriedade privada, já que esta, para Rousseau, não é fruto do trabalho como para Locke, mas sim a degeneração do gênero humano e origem das desigualdades.
2)Só o surgimento da propriedade inviabiliza o estado de natureza, porque o homem no seu