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Disputa presidencial virou um duelo paralelo de padrinhos. A sexta polarização entre PT e PSDB contrapõe dois modelos, personificados nas figuras de Lula e Fernando Henrique Cardoso. Para os ex-presidentes, eleger o afilhado também significa defender o próprio legado político
por Carolina Bahia e Guilherme Mazui
18/10/2014 | 15h08
O papel de Lula na campanha de Dilma Ichiro Guerra/divulgação
Lula e Dilma em comício em Recife no primeiro turno
Foto: Ichiro Guerra / divulgação
Pela geografia, o padrinho anda distante da afilhada. Ele viaja para um lado, ela para outro. O que não significa que estejam separados. A imagem de Lula na campanha é ostensiva. Aquece a militância, está no jingle, em santinhos. Prestes a completar
69 anos, o ex-presidente continua como o principal cabo eleitoral de Dilma Rousseff.
Fiador da vitória de sua ministra em 2010, Lula intensifica a participação no horário eleitoral na véspera do segundo turno. Na TV ou na rua, mantém as falas de defesa ao PT e ataque ao PSDB. Uma presença massiva reforçada por pesquisas. Na quarta-feira passada, o Datafolha apontou o ex-presidente como o padrinho com maior potencial de transferir votos para o afilhado, trunfo utilizado pelo sagaz marqueteiro João Santana.
O papel de Fernando Henrique Cardoso na campanha de Aécio
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A aposta indica que a popularidade e o carisma do metalúrgico que governou o Brasil entre 2003 e 2010, período marcado por avanços na área social, poderão resgatar valiosos votos de indecisos e cristalizar a simpatia de quem já está com um pé na reeleição de Dilma.
– Lula e Dilma, FH e Aécio representam dois países diferentes. O nosso com emprego, mas igual para todos – diz Miguel Rossetto, um dos coordenadores da campanha.
Com a disputa ideológica em voga, a fusão dos índices de Lula e Dilma faz parte da estratégia desde o início da