trabalho
Economista, mestre e economista sênior no Banco Bradesco S.A.
E-mail: 4968.luisafonso@bradesco.com.br
O PAPEL DA POLÍTICA MONETÁRIA NO
CRESCIMENTO ECONÔMICO
REDUÇÃO DA TAXA DE JUROS NÃO É MEDIDA EFICAZ PARA
ACELERAR A TAXA DE CRESCIMENTO ECONÔMICO
A proposta que muitos fazem para a elevação da taxa de crescimento econômico sustentado passa pela redução das taxas de juros, tanto para atuar diretamente sobre a absorção interna, como para promover as exportações, mediante a conseqüente depreciação cambial real (a redução da taxa de juros estimularia a atividade econômica por meio de maior oferta de moeda, o que significaria desvalorização da moeda local ante a moeda estrangeira). O crescimento da demanda do setor exportador contribuiria diretamente para o aumento do saldo comercial, além de indiretamente gerar demandas nas cadeias produtivas subseqüentes. significa, ao menos em um primeiro momento, um constrangimento ao crescimento da absorção interna, dada a limitação da capacidade de oferta. Em outras palavras, o aumento do saldo da balança comercial em relação ao PIB pressupõe, em contrapartida, a redução da absorção interna, e não o contrário. Diga-se de passagem, um dos efeitos da depreciação cambial está justamente na diminuição do poder de compra dos salários. E a formação de excedentes não consumidos internamente constitui uma das condições para o aumento das exportações. Foi exatamente isso o que ocorreu após a mudança do regime cambial em 1999.
EFEITO INVERSO
O primeiro ponto que se pode colocar a esse respeito é que se a depreciação cambial real apresenta relação positiva com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), essa relação de causalidade tende a ser tão maior quanto maior for o grau de abertura da economia. De fato, a variação da taxa cambial deve apresentar efeitos tão mais significativos no produto quanto maior for a corrente de comércio em relação ao PIB. Nesse contexto, a