trabalho
O que os especialistas em recrutamento não querem saber
Max Gehringer, EXAME
A Lucrécia, diretora de uma empresa especializada em seleção, me contou que, apesar da avalanche de candidatos que ela entrevista todo mês, muitas das vagas disponíveis acabam não sendo preenchidas. E eu pasmei, porque, como todo mundo, sempre ouço falar que há candidatos de sobra no mercado, mas nem desconfiava que tantas vagas ficassem em aberto, pela dita "inadequação" dos postulantes.
Essa inadequação, a gente também ouve falar, está relacionada com falta de escolaridade, falta de especialização, falta de experiência e outras faltas curriculares. Mas aí vem o detalhe cruel: a Lucrécia revela que muitos candidatos, que chegam com aquele jeitão de perfeitamente adequados, acabam perdendo a chance só porque vão mal na entrevista. E como alguém pode saber se foi mal? É simples: logo após a entrevista, o candidato que vai mal perde a noção da realidade e fica meio zonzo, enquanto repassa mentalmente cada detalhe do papo. Em casos extremos, ele sai da sala e se mete no elevador, remoendo tudo o que poderia e deveria ter dito, mas não disse. Então, entra um desconhecido e o candidato desperta:
-- Olha, acho que esse elevador está com defeito. Eu aperto o botão e ele não desce, só faz um barulho estranho.
-- Desculpe, amigo, mas isto aqui não é um elevador, é um banheiro. E você está apertando a descarga.
Então, a meu pedido, a Lucrécia gentilmente preparou uma listinha das sete perguntas mais freqüentes em uma entrevista e as respostas mais comuns (mas nem sempre as mais adequadas). É bom lembrar que o entrevistador escrutina centenas de candidatos por mês, e não tem como ficar bolando perguntas diferentes para cada um deles. No fim, o que conta, mesmo, é a capacidade do candidato de dar respostas adequadas a perguntas iguais.
1. FALE UM POUCO DE VOCE. Poucos candidatos parecem se dar conta de que, entre o "fale" e o "de voc", há