Trabalho
(1980/1998)
Maria Cecília Cortez Christiano de Souza (FEUSP)
A pesquisa em questão faz parte de um projeto mais amplo[1], em que a juventude brasileira foi examinada dentro de diferentes enfoques disciplinares e temáticos, através do levantamento, leitura e análise da produção universitária discente na esfera da educação (teses e dissertações), realizadas em diferentes universidades, públicas e particulares, no Brasil entre 1980/1998. O recorte aqui examinado refere-se a estudos (69 dissertações e 9 teses) que, dentro dessas características, tiveram por tema a juventude e / ou adolescência e por recorte disciplinar a psicologia da educação. Cumpre assinalar que a quantidade de estudos recolhidos, grande quando se visualiza o conjunto de teses e dissertações sobre o tema da juventude, foi um dado esperado. A psicologia ocupou, como ocupa no período de 1980/1998, um lugar tradicionalmente importante no campo de investigação acadêmica discente sobre educação. Sabemos que a escolarização na sua forma moderna foi marcada, ao longo de sua história, principalmente no Brasil, por contínuos esforços para constituí-la enquanto campo de ciência aplicada, como prática que deve ser racionalizada a partir da teoria e da crítica científicas. E que a psicologia assumiu, desde o início da escolarização, esse papel de ciência mais próxima, a que deveria trazer a luz da razão às práticas educativas. Dentro do prisma de investigação científica, foi basicamente através do filtro da psicologia que a educação foi primeiramente olhada. Alguns dados históricos se colocaram desde a origem do campo de estudo que se chamou de psicologia educacional, marcando seu desenvolvimento posterior. Por exemplo, o fato de que o discurso psicológico concorreu para a profissionalização dos educadores, contribuindo, ao lado de outros, mas mais que qualquer outro, na definição de um campo específico de trabalho, a