trabalho
CONCEITOS DE GENÉTICA
Espécies: o que são e como surgem? André Luis Klein1, Claiton Martins-Ferreira2 Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Departamento de Genética.
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Pesquisador Pós-doc no Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Departamento de Genética.
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Endereço para correspondência: ndrklein@gmail.com
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Genética na Escola | Vol. 7 | Nº 2 | 2012
O
objetivo deste artigo é sintetizar conceitos-chave sobre especiação e servir de auxílio para professores e alunos de ciências biológicas. Adotou-se uma abordagem que estimula o questionamento como forma de interligar diferentes temas.
Partindo-se dos conceitos de espécie, são tratados: a especiação alopátrica, o isolamento reprodutivo como um subproduto da divergência, o papel da seleção natural, reforço, hibridização, o papel da seleção sexual, especiação simpátrica, especiação parapátrica e mecanismos de isolamento.
PALAVRAS-CHAVE
Especiação, conceitos de espécie, evolução
QUANTAS ESPÉCIES?
Na Figura 1, em um primeiro momento, quantas espécies de borboletas pode-se dizer que existem? Intuitivamente, as diferenças no padrão de cores das asas parecem justificar a classificação em várias espécies. Porém, são todas subespécies (ou raças geográficas) de Heliconius erato, uma borboleta que se distribui do Uruguai até a América Central
(SHEPPARD et al., 1985). Tais espécies com várias formas alternativas são denominadas “politípicas”.
As aranhas da Figura 2 - Paratrechalea ornata e Paratrechalea azul - por outro lado, convivem lado a lado, nos mesmos ambientes, e não apresentam qualquer diferença visível a
olho nu que permita identificá-las, podendo ser discriminadas apenas com o auxílio de um estereoscópio por um especialista, com base na estrutura de suas genitálias