Trabalho
Uma importante propriedade do DNA das células é a sua capacidade de sofrer rearranjos, que podem ocasionar desde novas combinações entre os genes presentes em qualquer genoma individual até alterações qualitativas e quantitativas na expressão desses genes. Trata-se de uma fonte de variação genética fundamental para permitir que os organismos evoluam em resposta a mudanças ambientais. Esses rearranjos do DNA são realizados pela recombinação genética. Duas amplas classes de recombinação são comumente reconhecidas: a recombinação geral e a sítio-específica.
Na recombinação geral (ou recombinação homóloga), a troca genética envolve sequências homólogas (complementares) de DNA. Um dos exemplos mais importantes desse tipo de troca entre cromossomos homólogos (denominado crossing–over) acontece na meiose. O crossing-over ocorre entre cromossomos altamente relacionados nos estágios iniciais de desenvolvimento de óvulos e espermatozoides. A vantagem desse tipo de “mistura gênica” é tão grande que cruzamentos e reagrupamentos de genes pela recombinação geral são também encontrados em bactéria. Na recombinação sítio específica não é necessária homologia extensa do DNA. Nesse caso, as trocas ocorridas são curtas. Sequências específicas de nucleotídeos são reconhecidas por uma enzima de recombinação sítio-específica que altera a posição relativa das sequências de nucleotídeos nos genomas.
1.1. RECOMBINAÇÃO GERAL
Esse tipo de recombinação pode ocorrer em qualquer local ao longo de 2 moléculas complementares de DNA. O principal resultado desse processo é sempre o mesmo: duas moléculas de DNA homólogas sobrepõem-se e trocam partes (cross-over), isto é, suas hélices duplas quebram-se e as duas extremidades quebradas unem-se com suas parceiras opostas para formar, novamente, duas hélices intactas, cada uma composta por partes das 2 moléculas de DNA iniciais. O sítio de troca pode ocorrer em qualquer lugar da sequência homóloga de nucleotídeos