Trabalho
café com pão café com pão café com pão virge maria que foi isso maquinista? agora sim café com pão agora sim voa, fumaça corre, cerca ai seu foguista bota fogo na fornalha que eu preciso muita força muita força muita força trem de ferro trem de ferro oô... foge, bicho foge povo passa ponte passa poste passa pasto passa boi passa boiada passa galho de ingazeira debruçada no riacho que vontade de cantar! oô... café com pão é muito bom quando me prendero no canaviá cada pé de cana era um oficiá oô... menina bonita do vestido verde me dá tua boca pra matá minha sede oô... vou m'imbora vou m'imbora não gosto daqui nasci no sertão sou de ouricuri oô... vou depressa vou correndo vou na toda que só (levo) pouca gente pouca gente pouca gente... trem de ferro trem de ferro
Aproveito para resgatar um texto, uma análise feita pelo professor Pasquale Cipro Neto para o poema:
“Trata-se do poema, do genial poema, do antológico poema, do memorável poema "Trem de Ferro", do Manuel Bandeira. Poema que tem por si só toda a sonoridade de um trem, de um trem de ferro, trem diretamente ligado à história do Brasil, à história do interior do Brasil, o Brasil que, por incrível que pareça, já andou de trem. Do Brasil que depois genialmente, entre aspas esse genialmente, descobriu que o trem não presta. Que o ideal é andar de ônibus, andar de caminhão; Então num país continental como este, nós carregamos mercadoria em Porto Alegre e mandamos para Fortaleza num caminhão; Lá vai o caminhão andando quatro mil quilômetros, um cidadão coitado sozinho, não é, nesse interiorzão do Brasil por estradas maravilhosas, nenhum buraco, nada, tudo maravilhoso, de primeira, lá
Vai o cidadão gastando energia, gastando pneu, gastando