TRABALHO
O capítulo inicia-se com os primórdios das relações econômicas, ou seja, com a economia de mercado anterior ao capitalismo. Nessa forma de economia, as relações mercantis não eram as mais importantes. O consumo estava ligado à economia doméstica, portanto cada pessoa – ou grupo de pessoas do mesmo círculo doméstico – era responsável por produzir seu próprio alimento, roupa, instrumento de trabalho, estábulo, etc. Apenas os indivíduos privilegiados possuíam pessoas – servos – que produziam os produtos básicos por ele e apenas objetos de luxo eram destinados à produção mercantil. A fim de evitar a concorrência, os poucos produtores que existiam voltados ao mercado formavam corporações de ofício avessas a mudanças, onde as tradições eram valorizadas. Portanto, essa economia de mercado possuía um dinamismo muito limitado. Tais limitações corporativas foram superadas no século XVI a partir das Grandes Navegações, que, por sua vez, promoveram a formação do mercado mundial e serviram de estopim para uma nova economia de mercado muito diferenciada da anterior: o capitalismo. Uma vez que penetrou na produção, o capital tornou-se manufatureiro, além de estar relacionado à circulação de mercadorias e valores, como anteriormente. As nações modernas aboliram as barreiras ao comércio interno e tornaram-se politicamente dominadas pelo poder nacional. Sua origem se deu do embate entre o capital manufatureiro e as corporações – embate esse responsável pelo avanço lento e desigual desse capitalismo. Uma das maiores realizações dessa nova economia de mercado foi o aumento da produção a partir da divisão técnica de trabalho dentro da manufatura, reduzindo os custos de produção e, consequentemente, barateando as mercadorias, que se tornaram competitivas com a produção doméstica. Desse modo, surgiu a classe de proletariados puros, dependentes do mercado para sua subsistência, o que levou ao surgimento do mercado de bens para