Trabalho
Quase 870 milhões de pessoas passam fome no mundo, ou seja, 12,5% da população mundial, indica um relatório sobre o biênio 2010-2012 divulgado nesta terça-feira em Roma pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês).
O estudo, realizado em colaboração com o Programa Mundial dos Alimentos (PMA) e o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida), destaca ainda que a grande maioria dessas pessoas, cerca de 850 milhões, vive em países em vias de desenvolvimento.
Em 2009, a FAO lançou o alerta de que o número de famintos no mundo superara a barreira de 1 bilhão, mas um ano depois o total retrocedeu a 925 milhões.
Ainda assim, a agência das Nações Unidas adverte que os dados divulgados agora não podem ser comparados com os das edições anteriores, uma vez que foram introduzidas melhorias na metodologia utilizada a fim de obter dados mais precisos.
A FAO destaca que se foram levadas em conta as estimativas a partir de 1990 elaboradas em função desta nova metodologia, é possível observar um avanço na redução da fome mais pronunciado do que se achava anteriormente.
No entanto, adverte que os maiores progressos foram obtidos antes do biênio 2007-2008, após o qual os avanços na redução do número de famintos desaceleraram e, posteriormente, estabilizaram-se.
Portanto, o relatório afirma que é possível cumprir a meta fixada nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), de reduzir pela metade o número de pessoas que passam fome até 2015, embora para isso seja preciso adotar medidas destinadas a atacar a desaceleração dos últimos anos.
Levando-se em conta a evolução do número de famintos por regiões, os maiores progressos aconteceram no sudeste e no leste da Ásia, seguidos pela América Latina. Na África Subsaariana, houve avanços a um ritmo inferior, enquanto no oeste da Ásia