trabalho
Considerações finais:
O que este texto procurou propor foi uma interpretação para um processo social, um processo social vinculado a ações individuais. As noções que apareceram neste trabalho, como violência, crack, periferia, demonização, são atributos sociais relacionais e, como tal, são representações que selecionam, distinguem práticas ou posições sociais diversas. (Misse, 1999, pg.27).
Anteriormente à análise de natureza de conteúdo procurou-se descrever algumas características do perfil do crack e seus usuários que são produzidos nas matérias jornalísticas. A construção de rótulos, estigmas e estereótipos envolvendo os personagens das matérias jornalísticas associam essas características a evidências de sinais de perigo social através da exposição de signos que comunicam uma suspeita de sujeição, signos que contextualizam idade, gênero, cor e local de moradia.
A análise de natureza “explicativa” procurou identificar as principais estratégias para construção do processo de sujeição criminal (Misse, 1999). Para este autor, a polícia tem papel fundamental na construção dessas estratégias, pois os utor, a polícia tem papel fundamental na construção dessas estratégias, pois os principais operadores da filtragem dependem do alcance da normalização da polícia, incluindo na competência técnica e legal, a confissão como principal peça da incriminação penal. Existem fatores sociais que são mostrados como indicadores de atos transgressores, cuja criminação é socialmente justificável, como por exemplo, a
“demonização” do crack (Reinarman & Levine, 1997), relacionando atributos negativos provenientes da droga com a periferia, especialmente no que se refere às representações e as diferentes concepções sobre as “classes perigosas” (Guimarães, 2008) nos trabalhos das polícias militar e civil, inclusive emergidas no saber médico. Neste sentido, operadores analíticos das representações sociais do que são as