Trabalho
Nascemos de uma humanidade indígena, que existia à pelo menos 10 mil anos antes dos portugueses desembarcarem no Brasil. Para eles, a finalidade da vida era viver. Existiam entre 1 e 8 milhões de tupis que desceram a Amazônia para o sul e subiram pelo litoral até retornar à Amazônia, andaram por todo o Brasil e conheceram a natureza em detalhe.
Os tupinambás, índios tupis que mais entraram em contato com os europeus, habitavam principalmente o litoral brasileiro, se dedicavam a arte da guerra e das festas. Acreditavam na vida após a morte e praticavam um ritual antropofágico. Para eles, haviam diversos espíritos que se manifestavam na natureza. Existiam espíritos para plantar, para colher e para caçar. A vida era como um sonho.
As aldeias tinham uma unidade social diversa, nelas haviam em torno de 8 malocas, em cada maloca moravam até 600 pessoas, como não existia nada fechado, os furtos não aconteciam. A liberdade sexual era grande, os casamentos poderiam ser desfeitos facilmente e a homo-sexualidade era normal. O homem era o guerreiro, se ocupava da caça, a mulher, do preparo do alimento e da tecelagem. Havia beleza e perfeição em tudo, porque cada coisa os retratava. A poesia, a dança, a música e o vinho faziam a ponte do convívio social.
Existia ética na guerra, o adversário era devorado fisicamente. O prisioneiro após ser apanhado, ganhava uma moça para lhe servir inclusive sexualmente. O dia de comer o inimigo, era o dia da grande festa, bebem e dançam durante todo o dia. À noite o executor diz ao prisioneiro: “quero matar-te porque muito de tua gente também matou e comeu meus amigos”, tem como resposta: “quando estiver morto terei ainda muitos amigos que saberão vingar-me”. Golpeado na nuca o corpo é cortado e assado, a mulher temporária do prisioneiro chora e o matador se isola durante algum tempo.
Em uma aldeia tupinambá existem roças e casas, mas ninguém é dono da terra. O que um sabe, todos podem saber, ninguém se apropria