Trabalho
Tal investigação destaca com clareza que, além do mal físico, aquele que gera marcas no corpo, decorrentes do discurso de que trabalhador, para ser valorizado tem que mostrar mais produção, eficiência, rapidez, sem se preocupar com as conseqüências, a doença também acarreta mal estar psíquico - pouco levado em consideração - já que aquilo que as sociedades há anos prezam tanto, o trabalho, não pode ser mais realizado, manifestando, principalmente, a depressão. Os sentimentos de perda, exclusão, impotência, inutilidade, dentre outros, são reflexo deste mal estar, e estão fixados em pessoas, como essas trabalhadoras, que tanto fizeram por seu trabalho que acabaram adoecendo, reforçando então, o trabalho como marco na constituição dos sujeitos, seja individual ou coletivamente.
O trabalho carrega na vida dos sujeitos um papel de status, e o seu precoce afastamento, seja temporário ou definitivo, pode acarretar marcas na vida de pessoas que passam por tal situação, marcas geradas pela ruptura do seu “posto” legítimo na sociedade, pela perda de autorreconhecimento e reconhecimento social, pois juntamente com tal perda, surge a dependência e a ideia de que foram descartadas de um ambiente socialmente ativo, visto que, na contemporaneidade, deixar de trabalhar é deixar de produzir, é deixar de se fazer útil.
As simbologias envoltas ao trabalho, presentes em nossa sociedade e fixadas nas vidas dessas trabalhadoras, também dizem respeito à