TRABALHO
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Solon frente a Creso, o sábio enfrenta o rico (tela de Nikolaus Knupfer, 1650-2)
Para obter uma sociedade estável, ele considera que o regime mais adequado é o misto, que equilibre a força dos ricos com o número dos pobres. Para ele a sociedade ideal seria aquela baseada na mediania, que, ao mesmo tempo em que, graças presença de uma poderosa classe média, atenua os conflitos entre ricos e pobres, dando estabilidade à organização social. Esse governo, ele definia como timocracia (timé = honra), onde o poder político seria exercido pelos cidadãos proprietários de algum patrimônio e que governariam para o bem comum. Em outros momentos este regime ideal é chamado de politia (governo da maioria, mas regido por homens selecionados segundo a sua renda), que ele classifica entre as constituições retas.
Projeção e crítica
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Aristóteles não apoiou a política de Alexandre de integração com os asiáticos
A preocupação de Aristóteles caracterizou-se por enfatizar os regimes políticos que existiam, que eram concretos, elaborando uma precisa classificação deles, enquanto que Platão reservava seu interesse maior pelo idealizado. O método aristotélico, empírico e detalhista, influenciará a maioria dos grandes teóricos da ciência política, como N. Maquiavel no O Príncipe, 1532; T. Hobbes no Leviatã, 1651; e Montesquieu em O Espírito das Leis, 1748. Critica-se Aristóteles por ele não ter vislumbrado o surgimento, em sua própria época, de uma forma política superior à da pólis, a emergência de um estado-imperial, supranacional e multicultural, cujas sementes foram deixadas pelo seu discípulo, Alexandre o Grande. Sabe-se, inclusive, que ele se manifestou em carta ao conquistador negando-lhe apoio a qualquer integração maior com os asiáticos, levantando contra eles argumentos preconceituosos e até racistas. Por mais poderoso que fosse o seu intelecto, ele continuo um homem limitado pelos muros da cidade-estado.