Participo de um grupo da Igreja Católica, Cristo Redentor, formado por casais membros do ECC (Encontro de Casais com Cristo). Em uma de nossas reuniões semanais foi deliberado que o grupo visitaria uma instituição filantrópica de nossa cidade e também faria uma doação. Foi escolhido o Lar dos Velhinhos, localizada na Rua Oswaldo Cruz, no centro de Valadares. Conforme solicitação da direção da instituição o grupo fez doação de material higiênico e limpeza. Num final de semana à tarde nos dirigimos para o local e lá chegando pudemos constar a realidade vivida por seus internos: De modo geral eles eram bem cuidados pela equipe de enfermagem que auxiliava nos banhos, curativas e medicamentos. Havia um médico que naquela época atendia uma vez por semana no local e se colocava à disposição para atender às emergências. Os funcionários e alguns voluntários cuidavam da alimentação e da limpeza do local com muita dedicação. Devido a problemas físicos que foram evoluindo ao longo da vida, como desgastes ósseos, alguns idosos não conseguiam levantar de suas camas, tinham escaras que apresenta forte odor e necessitavam de cuidados especiais da equipe de enfermagem. Percebemos que não conversavam e tinham olhares tristes. Outros se locomoviam em cadeiras de rodas necessitando de auxílio o tempo inteiro. Havia muitos idosos que sofriam pelo abandono de seus familiares, pois não recebiam visitas e perderam o contato total com os entes queridos. Apesar do abandono um pequeno grupo apresentava felicidade, ouviam música, dançavam e chegavam até a namorar. Muitos contavam várias histórias de vida. Contavam piadas, faziam graça. Um fato chamou - me a atenção: um dos internos com um olhar distante e amargurado disse que as visitas eram muito boas e importantes para eles, trazendo alegria e empolgação no ambiente, no entanto, o que mais os marcavam era ter a certeza de que as visitas não se repetiam. Os que estavam ali nunca mais voltavam. Pudemos